Comissão de Igualdade e Gênero lança coletivo de livros de mulheres da Justiça

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COMISSÃO DE IGUALDADE E GÊNERO LANÇA COLETIVO DE LIVROS DE MULHERES DA JUSTIÇA

Autoras fazem parte do projeto Vozes Femininas em Movimento. Todos os títulos tiveram um exemplar doado à biblioteca do TJPR 

A Comissão de Igualdade e Gênero (CIG) do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) divulgou, na sexta-feira (22/08), às 17h, na Biblioteca Desembargador Hugo Simas, o projeto “Vozes Femininas em Movimento - Escritas que Transformam”. A iniciativa tem como objetivo viabilizar a produção feminina, além de representar um ato de insurgência intelectual e afetiva que celebra o protagonismo das mulheres da Justiça. O evento foi marcado pelo lançamento coletivo de obras de 18 escritoras que fazem parte do projeto, são elas magistradas, servidoras, assessoras, advogadas e colaboradoras da Corte paranaense. 

Cada escritora doou um exemplar do livro para a Biblioteca do TJPR, que ficará exposto em uma estante especialmente destinada a obras de mulheres. Para a presidente da CIG, desembargadora Lenice Bodstein, o projeto é como uma janela que se abre para os horizontes mais plurais e inclusivos: “Enaltecer estas escritoras é reconhecer que suas vozes são sementes de transformação social, cultural e jurídica. Ao ecoarem no âmbito do Tribunal de Justiça, fortalecem o pacto por uma justiça que dialoga, que acolhe, que atua com coragem e com compromisso para a construção de um futuro sem discriminações na qual a igualdade no horizonte e a dignidade são alicerces”, afirmou. 

A juíza Apoema Martins Santos destacou a importância do projeto: “Ainda há muito preconceito em face da escrita das mulheres, da jurisdição das mulheres. Então é importante que essa visibilidade seja dada, seja repetida, para que haja uma maior diversidade de gênero, de raça, em todos os âmbitos da sociedade”. 

“Escrever é um ato de resistência e crítica. Porque o escrever se debruça sobre uma realidade e sobre o ato humano. E quando esse ato de resistência é escrito por mulheres, pela sensibilidade feminina, esse ato de insurgência, de transformação adquire um significado maior dentro do humano, dentro do contexto de vida e sociedade”, declarou o presidente do Comitê de Heteroidentificação do TJPR, desembargador Francisco Cardozo Oliveira. 

A desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima parabenizou o projeto: “Este evento é mais uma oportunidade de divulgar e valorizar a produção literária e intelectual das mulheres que resistem aos obstáculos e que estão pavimentando o caminho para as mais jovens”, concluiu. 

“Por isso que cada página de cada uma das obras que está aqui hoje não traz apenas reflexões jurídicas, traz também o testemunho vivo de uma perspectiva feminina que enriquece a justiça, que amplia o horizonte dos sentidos do direito e fortalece a democracia”, destacou a diretora da faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Melina Girardi Fachin.  

As obras abordam temas diversos, como: o processo estrutural como instrumento de justiça social à efetivação de políticas públicas infantojuvenis; a competência híbrida na violência doméstica ao controle de convencionalidade; a aplicação do protocolo de julgamento com perspectiva de gênero à crítica à violência processual em ações de família; os litígios climáticos à pedagogia da empatia; a equidade na magistratura ao enfrentamento ao feminicídio e às questões que envolvem a população transgênero.   

Além do projeto, a CIG mantém o Repositório de Mulheres Juristas, que reúne diversos trabalhos acadêmicos na área do Direito e pode ser utilizado como referência em peças processuais, além de indicar juristas para participações como palestrantes e painelistas em eventos jurídicos.  

Compuseram o dispositivo de autoridades a desembargadora Lenice Bodstein, a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, o desembargador Francisco Cardozo Oliveira, a juíza Apoema Martins Santos e a diretora da faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Melina Girardi Fachin. 

Acesse aqui o repositório.  

Conheça as autoras e suas obras participantes:   

Aneíza Vanêssa Costa do Nascimento: Nexo causal em litígios climáticos;   

Ana Cristina Cremonezi : Processo estrutural e lei de improbidade administrativa;   

Andrea Fabiane Groth Busato: A identificação da chance perdida indenizável e o quantum indenizatório decorrente;   

Apoema Martins Santos : Processo estrutural e justiça social;   

Camila Henning Salmoria , Stela Maris Perez Rodrigues, Carolina Fontes Vieira, Patrícia Di Fuccio Lages de Lima e Sandra Mara Flügel Assad: Magistradas: a justiça na ótica delas;   

Clauriane Leila Dallaen: Brinquedo;   

Daniele Liberatti Santos Takeuchi: Viés confirmatório e originalidade cognitiva;    

Denise Antunes: Controle de convencionalidade;   

Laryssa Angélica Copack Muniz: Olhares de Antígona - É sobre clássicos?;   

Letticia de Pauli Schaitza: Julgamento ampliado;   

Luciene Oliveira Vizzotto Zanetti: Equidade na toga;    

Luciana Assad Luppi Ballalai: Processos Estruturais na Efetivação de Políticas Públicas Infantojuvenis;   

Mércia Deodato do Nascimento e Renata Estorilho Baganha: Pedagogia da empatia – Revista Gralha Azul;    

Sandra Regina Bittencourt Simões: “A aplicação do protocolo de julgamento com perspectiva de gênero...” em Tratado dos direitos das mulheres;  

Sandra Bauermann e Viviane Costa de Oliveira: O Papel do Marco Civil da Internet na Garantia de um Ambiente Digital Seguro para Crianças e Adolescentes;    

Taís de Paula Scheer : Labirinto do Direito;   

Vivian Cristiane Eisenberg de Almeida Sobreiro: Magistradas: a justiça na ótica delas - Violência processual de gênero nas ações de família;   

Vivian Cristiane Eisenberg de Almeida Sobreiro e Heloísa da Silva Krol Milak: Artigo - Ponciá Vicêncio: da imprescindibilidade do protocolo com perspectiva de gênero e raça do Conselho Nacional de Justiça – Revista Jurídica Gralha Azul. 


TJPR inicia ações da 30ª Semana da Justiça pela Paz em Casa

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TJPR INICIA AÇÕES DA 30ª SEMANA DA JUSTIÇA PELA PAZ EM CASA

Campanha promove iniciativas de enfrentamento à violência contra a mulher no estado

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) realizou na segunda-feira (18/08), durante a Sessão do Órgão Especial, a abertura da 30ª Semana da Justiça pela Paz em Casa. A campanha, organizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), vai até o dia 22 de agosto.  
 
Promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais da Justiça Estadual de todo o país, a iniciativa busca ampliar a efetividade da Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006), concentrando esforços para agilizar o andamento dos processos relacionados à violência de gênero. Além disso, diversas comarcas do estado vão se mobilizar com ações educativas visando o combate e a conscientização sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher.   
 
Serão organizadas palestras, rodas de conversa, exposições sobre a temática, visitas e orientação a alunos de escolas dos municípios, entre outras iniciativas. A Cevid do TJPR também disponibilizou mais de 30 mil folders para serem distribuídos. Esses materiais informativos foram elaborados com linguagem acessível com o objetivo de orientar os profissionais da rede de proteção, divulgar direitos e ampliar o acesso à informação para a população. 

“O Tribunal de Justiça do Paraná reafirma seu compromisso institucional com a Paz em Casa, que se traduz em ações concretas: na capacitação contínua de magistrados e servidores para o adequado tratamento das questões de violência doméstica, na estruturação da 1ª Câmara Criminal do Brasil especializada no tema e na promoção de uma cultura institucional que reconhece a gravidade da violência contra a mulher e atua firmemente para combatê-la”, disse a presidente do TJPR, desembargadora Lidia Maejima. 

A coordenadora da Cevid, desembargadora Cristiane Tereza Willy Ferrari, lembrou que na última edição da Semana pela Paz em casa, em março, foram realizadas 1128 audiências de instrução e proferidas 1008 sentenças de conhecimento em violência doméstica contra a mulher. “A semana é uma iniciativa essencial para a garantia da qualidade da prestação jurisdicional e para o fortalecimento da rede de atenção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar”, ressaltou. 

A Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa é organizada três vezes por ano desde 2015: em março em alusão ao Dia Internacional da Mulher; em agosto em celebração ao aniversário da sanção da Lei Maria da Penha; e em novembro em alinhamento ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 25/11.  
 
Confira a programação da 30ª Edição da Semana da Justiça pela Paz em Casa:  

- 19/08 
8h40: Entrevista com a juíza Camila de Britto Formolo para a Rádio Amapar - AM 630 Rádio Educativa. 
11h30: Entrevista com a juíza Claudia Spinassi para a Rádio Amapar - AM 630 Rádio Educativa. 
 
- 20/08 
8h40: Entrevista com a juíza Gabriela Scabello Milazzo para a Rádio Amapar - AM 630 Rádio Educativa. 
16h: Apresentação do programa Cevid Orienta na Secretaria de Contratações Institucionais do TJPR. 
 
- 21/08 
14h às 17h: Realização da V jornada do programa Cevid Orienta. 
 
- 22/08 
14h às 18h: IV Encontro de Instituições Facilitadoras de Grupos Reflexivos e Responsabilizantes para Autores de Violência Doméstica e Familiar. 

Outras ações estão programadas em outras diversas comarcas do estado como Ampére, Campina Grande do Sul, Cascavel, Catanduvas, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Guaratuba, Imbituva, Jacarezinho, Londrina, Mandaguari, Manoel Ribas, Nova Fátima, Paranavaí, Ponta Grossa, Salto do Lontra, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Sudoeste, São Miguel do Iguaçu e Siqueira Campos.