GMF participa de oficina que aborda o uso de mandalas no sistema carcerário
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O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (GMF/TJPR) participou, no dia 13 de fevereiro, da oficina "Fazendo Arte no Tribunal de Justiça - Encontro Vivencial com os Processos Criativos". O evento foi realizado na sede do TJPR e contou com o apoio da Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná (Feccompar).
A atividade foi conduzida pela psicóloga, professora e pós-doutora em Ciências da Religião, Monalisa Dibo, e pela psicóloga clínica e social, pós-graduada em Formação da Personalidade, Márcia Aparecida dos Anjos Rosdaibida. A oficina teve como foco a introdução às mandalas — uma ferramenta milenar da psicologia analítica utilizada para sensibilização e conscientização. Além de estimular a expressão e a comunicação individual, as mandalas são empregadas pelos Conselhos da Comunidade como uma prática de arteterapia, especialmente no tratamento de questões relacionadas à violência e à saúde mental.
“Acredito firmemente que o trabalho com mandalas é uma técnica valiosa e eficaz, capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento pessoal e emocional. Vejo a mandala como muito mais que um desenho: é uma ferramenta terapêutica poderosa, que facilita a expressão criativa e nos conecta com nosso mundo interior. Para mim, ela é um convite à introspecção e à descoberta de partes de nós mesmos que muitas vezes estão adormecidas”, explica Monalisa.
Durante a oficina, os participantes vivenciaram dinâmicas envolvendo o uso das mandalas, com atividades que explicaram sua aplicação na psicologia analítica e seu potencial como ferramenta de expressão, favorecendo a comunicação e o autoconhecimento. As atividades também incluíram um momento de reflexão sobre a atual situação do sistema prisional, destacando os desafios persistentes nesse contexto.
A assessora de pós-graduação do GMF, Liliane Quintino Pereira, ressaltou a relevância dessa abordagem para pessoas privadas de liberdade: “O uso desse tipo de ferramenta para pessoas privadas de liberdade pode ser de um valor inestimável, tendo em vista que muitas vezes essas pessoas não têm oportunidade de olhar para si mesmas. O processo de autoconhecimento que é proposto por essa ferramenta traz a possibilidade de identificar a potencialidade de cada um e o papel de cada pessoa na sociedade. A arteterapia não só promove o autoconhecimento, mas também pode ser uma poderosa ferramenta de ressocialização, ajudando indivíduos a se reconectarem e a se reintegrarem na sociedade”.
Monalisa também destaca a relevância das mandalas no trabalho com pessoas privadas de liberdade: “A oficina de mandalas é, sem dúvida, uma ferramenta transformadora no sistema carcerário e socioeducativo. Vai muito além de ocupar o tempo; ela aborda aspectos emocionais, psicológicos e sociais, promovendo mudanças profundas na vida de quem está privado de liberdade ou em medidas socioeducativas”.
Cerca de 15 pessoas participaram da oficina. Além do GMF e da Feccompar, a atividade contou com a participação de integrantes do Núcleo de Direitos Humanos e do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) de Santa Felicidade, ambos do TJPR.